Oq é?
Câncer é a proliferação descontrolada de células anormais do organismo. As células normais do corpo vivem, se dividem e morrem de forma controlada. As células cancerosas são diferentes, não obedecem a esses controles e se dividem sem parar. Além disso, não morrem como as células normais e continuam a se proliferar e a produzir mais células anormais.
Essa divisão descontrolada das células é provocada por danos no DNA, o material genético presente em todas as nossas células e que comanda todas as suas atividades, inclusive as ordens para a célula se dividir. Na maior parte das vezes, o próprio DNA detecta e conserta seus erros. Nas células cancerosas, porém, o mecanismo de reparo não funciona. Esses defeitos no mecanismo de reparo podem ser herdados e estão na origem dos cânceres hereditários. Na maioria dos casos, porém, o DNA se altera por causa da exposição a fatores ambientais, entre eles, o fumo, sol, alguns vírus e alimentação.
As células cancerosas geralmente formam um tumor, uma massa de células com crescimento anormal. Existem exceções, como as leucemias, em que as células doentes estão presentes no sangue e percorrem o corpo todo. Freqüentemente, as células cancerosas se desprendem do tumor, viajam para outra parte do corpo onde passam a crescer e a substituir o tecido sadio, num processo chamado metástase.
Nem todos os tumores são cancerosos. Os chamados tumores benignos não têm a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo, mas merecem atenção e podem exigir tratamento, dependendo do local onde aparecem.
Diferentes tipos de câncer têm comportamentos diferentes, exigem tratamentos diferentes até mesmo quando se trata de câncer do mesmo órgão. Há cânceres de próstata extremamente agressivos, de progressão rápida e outros menos agressivos, de desenvolvimento lento. Por isso, o tratamento é específico para cada caso.
Qual o meu tipo?
O meu tipo é um Linfoma Não-Hodgkin Cervical Agressivo.
Dividem-se em linfoma de Hodgkin, que recebeu este nome por causa do dr. Thomas Hodgkin, que foi o primeiro a diagnosticá-la em 1832, todos os outros tipos de linfoma são chamados de linfomas não-Hodgkin. Os dois tipos são diferentes em termos de comportamento, patologia, capacidade de se disseminar e resposta ao tratamento.
O linfoma é um tipo de câncer que tem origem no tecido linfático.O principal tecido do sistema linfático é constituído pelos gânglios ou nódulos linfáticos, que produzem e armazenam os linfócitos, que são um tipo de glóbulo branco que combate infecções. Os gânglios linfáticos se conectam por todo o organismo através dos chamados vasos linfáticos, que contêm um líquido aquoso, incolor, chamado linfa ou fluido linfático, que contém linfócitos. Eventualmente, a linfa ou fluido linfático entra na corrente sanguínea através do duto torácico, situado do lado esquerdo superior do tórax.Os linfócitos são o principal tipo de célula encontrado no tecido linfático. Há dois tipos de linfócitos, chamados de linfócitos B (ou células B) e linfócitos T (células T). Embora ambos os tipos possam dar origem a células de linfoma, os linfomas de células B ou linfócitos B são muito mais comuns que os de células T.
Linfócitos T e B normais têm diferentes funções no sistema imunológico. Os linfócitos B geralmente protegem o organismo contra germes invasores, produzindo proteínas do sistema imune chamadas anticorpos. Anticorpos se ligam aos germes, como bactérias, marcando-os para a destruição por células do sistema de defesa. Os linfócitos B podem amadurecer e se tornar células do plasma.
Onde se encontra?
Como o tecido linfático é encontrado em várias partes do corpo, linfomas podem começar em várias áreas do organismo.Os gânglios linfáticos são órgãos pequenos, em forma de feijão, encontrados sob a pele no pescoço, nas axilas e na virilha, além do tórax, abdome e pélvis. Os gânglios linfáticos se conectam por todo o organismo através dos chamados vasos linfáticos, que contêm um líquido aquoso, incolor, chamado linfa ou fluido linfático, que contém linfócitos. Eventualmente, a linfa ou fluido linfático entra na corrente sanguínea através do duto torácico, situado do lado esquerdo superior do tórax. Os gânglios linfáticos aumentam de tamanho quando combatem uma infecção, condição em que são chamados nódulos reativos ou hiperplásicos, sensíveis ao toque. Um gânglio linfático aumentado geralmente não é nada sério. Geralmente, os nódulos do pescoço incham quando a pessoa tem dor de garganta ou gripe. Mas gânglios linfáticos inflamados também são os sintomas mais comuns de linfoma.
O baço é um órgão situado do lado esquerdo da parte superior do abdome, que produz e contém linfócitos e células especiais do sistema imune, os macrófagos, que aprisionam e removem invasores, como bactérias, do sangue. Num adulto, ele pesa em média 150 gramas, enquanto numa criança de 10 anos pesa cerca de 90 gramas. O baço reúne a maior quantidade de tecido linfático no organismo e também remove glóbulos vermelhos e outros dejetos do sangue.
O timo é um pequeno órgão localizado profundamente na parte central superior do tórax, na base do pescoço. Antes do nascimento, o timo desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dos linfócitos T. Seu tamanho (cerca de 30 gramas) e função diminuem ao longo dos primeiros 20 anos de vida, mas ele continua ativo ao longo de toda a vida.
Adenóides e amígdala são estruturas que reúnem tecido linfático localizadas na parte de trás da garganta. Elas produzem anticorpos contra os germes que são inalados ou ingeridos. São fáceis de observar quando inflamam durante uma infecção ou quando se tornam cancerosas.
O estômago e o trato intestinal bem como outros órgãos do corpo também contêm tecido linfático.
A medula óssea (o miolo ou tutano dos ossos) produz os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e as plaquetas do sangue. Os glóbulos vermelhos transportam oxigênio dos pulmões para o resto do corpo. As plaquetas são responsáveis por tamponar ferimentos e pela coagulação do sangue. A função dos glóbulos brancos é combater infecções e os dois principais tipos são os granulócitos e os linfócitos. Os linfócitos da medula óssea são basicamente linfócitos B e, algumas vezes, os linfomas têm origem nos linfócitos da medula. Outro câncer que tem origem na medula é a leucemia. Algumas vezes, linfomas e leucemias são muito semelhantes e podem ser tratados da mesma forma.
Sintomas
Os linfomas não-Hodgkin podem causar diferentes sinais e sintomas, dependendo da localização dos tumores.Se o linfoma cresce nos gânglios linfáticos próximos à superfície do corpo (dos lados do pescoço, nas axilas ou virilhas, acima das omoplatas, etc) e provoca o aumento desses nódulos.O diagnóstico também pode ser feito através da biópsia local ou por punção.
Quando o linfoma cresce no interior do abdome, ele pode inchar. Pode haver também acúmulo de líquido que provoca mais inchaço ainda.
O linfoma também pode bloquear o fluxo da urina dos rins para a bexiga, provocando insuficiência renal, que causa redução da quantidade de urina expelida, cansaço, perda de apetite, náuseas e inchaço das mãos e pés. O linfoma também é capaz de bloquear o movimento das fezes no interior dos intestinos, causando náusea, vômitos e fortes dores abdominais.
Quando o linfoma tem início no timo ou gânglios linfáticos no peito, o aumento de tamanho desses órgãos pode comprimir a traquéia, provocando dificuldades respiratórias, tosse ou até mesmo asfixia. A veia cava superior (VCS), uma veia grande que transporta o sangue da cabeça e dos braços de volta ao coração, passa perto do timo. O crescimento de linfoma no timo pode comprimir a veia cava superior, causando inchaço e conferindo uma coloração azul-arroxeada na cabeça, braços e parte superior do tórax. Esse quadro é chamado de síndrome da veia cava superior e pode afetar o cérebro e pôr em risco a vida.
Além dos sinais e sintomas resultantes dos efeitos locais do crescimento do câncer, o linfoma não-Hodgkin pode causar sintomas generalizados como febre, calafrios ou suores (particularmente à noite). A perda de peso é outro sintoma. Os oncologistas às vezes chamam esses efeitos de - sintomas B - do linfoma.
O Tratamento:
Quimioterapia
A quimioterapia usa drogas anticâncer que são injetadas ou administradas por via oral. Essas drogas caem na corrente sanguínea e alcançam todas as áreas do corpo, o que torna a quimio particularmente útil nos casos de linfoma. Dependendo do tipo e estágio do linfoma, a quimio pode ser usada junto com a radioterapia. Em alguns casos, a quimioterapia é injetada no líquido espinhal (injeção intratecal) para tratar as células de linfoma na superfície do cérebro e medula espinhal. O tratamento das crianças e jovens com linfoma não-Hodgkin usa uma combinação de várias drogas ao longo do tempo.
O objetivo dos quimioterápicos é matar as células do linfoma, mas eles também podem danificar as células saudáveis. Por isso, muitas vezes a quimio produz alguns efeitos colaterais, que dependem do tipo de droga e da dosagem empregada, além da duração do tratamento.
As drogas quimioterápicas atacam especificamente as células que se dividem rapidamente - são úteis porque as células de linfoma se reproduzem mais depressa que as células normais. No entanto, alguns tecidos normais, como a medula óssea, o revestimento da boca e dos intestinos, e os folículos capilares também se dividem com rapidez, para repor as células que morrem naturalmente. Por isso, essas células também são afetadas pela quimioterapia. Como resultado, o paciente pode apresentar uma série de efeitos colaterais, entre eles:
- Perda de cabelos
- Lesões na boca
- Maior risco de infecções (devido a queda no número de glóbulos brancos)
- Aparecimento de manchas roxas ou sangramentos freqüentes após pancadas leves ou pequenos cortes (por causa da queda no número de plaquetas)
- Fadiga (provocada pela baixa no número de glóbulos vermelhos)
- Perda de apetite
- Náuseas e vômitos
-Cansaço
-Mucosite (aftas na boca) - devida a baixa resistência
A síndrome de lise tumoral é um efeito colateral provocado pela rápida destruição das células cancerosas quando a quimio é particularmente efetiva em linfomas de tamanho considerável e excepcionalmente sensíveis ao tratamento. Quando essas células morrem, liberam na corrente sanguínea substâncias que podem afetar os rins, coração e sistema nervoso. O consumo de líquidos e de certos medicamentos ajuda o organismo a excretar essas toxinas e evitar o problema.
Órgãos que podem ser diretamente afetados pela quimioterapia incluem medula óssea, rins, fígado, testículos, ovários, cérebro, coração e pulmões. Com acompanhamento adequado, esses efeitos colaterais são raros. Em casos em que esses efeitos são graves, a quimio pode ser reduzida ou temporariamente suspensa.Os Efeitos colaterais desaparecem com o fim do tratamento.
O tratamento quimioterápico é complexo e pode ser mais ou menos agressivo, interferindo na produção de proteínas e bloqueando processos metabólicos comuns ao tumor e aos tecidos sadios (como medula óssea, couro cabeludo, pele e mucosas), que acabam sendo mais afetados de forma indesejada pela medicação.
Por isso, durante este tipo de tratamento efeitos colaterais podem ocorrer, variando em freqüência e intensidade, de pessoa para pessoa. Daí a importância da análise do oncologista em relação a fatores como idade, sexo, peso, condição de saúde e histórico médico, para determinar a melhor conduta de tratamento.
Sintomas mais comuns: anemia, fadiga, suscetibilidade a infecções (leucopenia), lesões orais (mucosite), náuseas e vômitos, diarréia e queda de cabelo (alopecia). Alguns desses efeitos são bastante transitórios, podendo ocorrer apenas por alguns dias após a aplicação da quimioterapia; outros podem durar um pouco mais ou, às vezes, persistir durante todo o tratamento. Mas, a maioria deles cessam após o término das sessões.
A baixa quantidade de plaquetas pode ser contornada através de transfusões de plaquetas ou com o uso de medicamentos que estimulam o organismo a produzir novas plaquetas. O cansaço que resulta da anemia (falta de glóbulos vermelhos no sangue) pode ser tratada por meio de transfusões ou do uso de eritropoietina (EPO), um fator de crescimento que estimula a produção de glóbulos vermelhos.
Em alguns casos os efeitos colaterais podem ser mínimos ou até inexistentes (meu caso!). Isso não significa que a quimioterapia não está fazendo efeito. É importante discutir todos os sintomas com seu médico que providenciará alívio para grande parte dos efeitos colaterais.
Texto retirado do site oficial do Hospital do Câncer A.C. Camargo de São Paulo: http://www.hcanc.org.br
Muito importante este esclarecimento… Muitas vezes há até a resistência de muitos de nós em ler e estudar sobre este assunto … valeu!
ResponderExcluirbjs
Viajei e estive ausente de casa desde o dia 16/02, nao levei o notebook e fiquei desconectada desde entao. Hoje pondo em dia meus contatos, vi seu blog e fui ve-lo, achei encantador.Fiz como voce: li e pesquisei muito sobre os linfomas, porque queria saber o que estava acontecendo comigo e como lidar com a situacao nova, entao.Antes, cancer era sinonimo de morte;hoje, e sinonimo de que a luta para vence-lo nos fortalece muito e aprendemos a dar maior valor a cada sopro do vento, ao calor do sol, ao cantar das aves e principalmente ao tempo do Pai que esta no ceu, que tudo acontece e se realiza por Ele.Passei momentos dificeis: baixa imunidade (mascara para sair de casa e muitas granolokines),transfusoes pela anemia muito acentuada,morfinas,oncilon para aftas(escova dental de bebe),protetores estomacais,protetor solar,muito hidratante,analgesicos,chas de camomila para banho,enfim Barbara,uma guerra mesmo para sair da luta e hoje me sentir vitoriosa e poder de tudo isso, tirar toda licao de vida que puder.Por isso passo pra voce,toda forca e certeza de que tudo ja esta dando certo com seu tratamento. Que bom ver voce curtindo os momentos lindos que tem proximo de voce com todo encanto e disposicao possivel.Aceite todo nosso carinho e desejo de muita paz no seu coracao,que sei, tendo ao lado seu pais e irmaos maravilhosos juntamente com verdadeiros amigos, o fardo fica mais leve e a vida uma brincadeira.Fique com Deus e muitos beijos a todos.
ResponderExcluirTo com nodulos, passei primeira consulta hje!! Nem sei o que é,mas ja decidi que com ajuda de Deus vou vencer!!! Bjos
Excluirexcelente explicação,bem esclarecedora principalmente para quem é leigo no assunto.valeu!
ResponderExcluirHoje levei meu marido ao Pronto Socorro o qual temos convenio médico aqui em Santos , com uma dor abaixo do peito e com muita tosse tem uns 6 meses , após examina-lo e fazer vários exames de rotina , o médico descobriu um carocinho onde ele sente a dor , diagnosticando como uma inflamação linfática próximo ao baço ( não me lembro exatamente o nome , mas ele falou que era tipo uma íngua e que seria uma inflamaçõa na parte linfática ) completando que aquilo não era nada grave podendo seguir sua vida normal e só tomar um anti inflamatório . No caso de aumentar de tamanho ou o local avermelhar , ele deveria retornar .
ResponderExcluirApós pesquisa aqui na internet e mais precisamente neste site , percebo que este "carocinho que não é pra se preocupar" deve ser tratado com maiores cuidados e mais exames , me exclarecendo que devemos procurar um especialista .
Agradeço mto por estes esclarecimentos e tudo que é tratado rápido , sabemos que pode ser curado.
Peço a Deus que não seja realmente grave , mas vamos a luta .
Muito obrigada
Cyl Mara
Apareceu-me um alto no lado esquerdo da gargânta, e antes, há uns anos era uma simples borbulha, que quando expremia saí o pus. Estou preocupada!!!
ResponderExcluirSei que tenho de ir ao médico!!!
Tenho receio.
Ontem deixei o meu comentário. Hoje, mais um dia passou, e tenho de ir ao hospital que é um sitio que não gosto, aliás acho que ninguém gosta!!!
ResponderExcluirTenho muito medo!! Mas tenho que fazê-lo, mas vou fazer sozinha!!! Enfrentar os meus fantasmas sozinha, não quero companhia. Espero que Deus me ajude e que não seja nada grave!!!Apesar de tudo tenho muito medo!!
Obrigada pela clareza de esclarecimento.
ResponderExcluir